Que o mercado de feiras e exposições de negócios tem crescido a cada ano, é inegável. Prova disso é o último relatório divulgado pela ABEOC (Associação Brasileira de Empresas), que apontou que o setor movimentou, em 2013, quase 5% do PIB do nosso país.
Esse número só reforça a certeza de gestores e empresas de que a participação em feiras é mais do que fundamental para trazer visibilidade à marca, além de colocar o negócio em evidência, destacando-o da concorrência.
No entanto, não basta apenas sistematizar a participação em feiras e exposição: é preciso ser capaz de avaliar estrategicamente os eventos que melhor se encaixam nas propostas da empresa, adaptando as metas à realidade das ocasiões.
Este artigo foi preparado com o intuito de auxiliar na escolha do evento ideal, partindo de suas definições e principais diferenças.
Por que é importante escolher bem os eventos?
Empresas que defendem a livre participação em eventos, sem levar em conta suas particularidades, banalizam sua imagem e perdem muitas oportunidades. Isso ocorre porque cada tipo de ocasião tem um objetivo principal, e cabe aos empreendimentos adaptarem-se para extrair de cada oportunidade os melhores resultados.
Podemos dizer que um simpósio sobre Recursos Hídricos atrairá um público altamente segmentado, e, possivelmente, por conta da característica principal do evento (a qual veremos a seguir com mais detalhes), não trará decisores à visitação do estande da empresa que vende, por exemplo, equipamentos para purificação de água.
Em contrapartida, uma feira de “Inovações para a Gestão de Recursos Hídricos” poderá se mostrar a oportunidade ideal para a mesma empresa, que encontrará, nessa ocasião, visitantes interessados nos produtos e soluções em si.
A grande questão que tange feiras e exposições diz respeito ao alinhamento prévio de expectativas. Conhecendo o público e o porte da ocasião, a empresa trabalhará com metas e resultados praticáveis, e não absurdos.
Quais os principais tipos de eventos?
Para fazer as escolhas adequadas, é necessário conhecer a essência de cada tipo de evento, conforme listamos abaixo:
Feira
Espaço que geralmente é guiado por um objetivo comercial (como aproximar estudantes de instituições de ensino, aproximar empreendedores de inovações em determinado segmento etc.).
Nas feiras, organizam-se os conhecidos estandes, cujo objetivo é apresentar produtos e serviços de uma determinada empresa com a ajuda de uma equipe de vendas preparada antecipadamente para fornecer as informações buscadas.
Por que expor em feiras?
Receber atenção de potenciais clientes e parceiros, em especial quando se está trabalhando com uma estrutura de estande diferenciada e um produto atrativo e único, faz com que os resultados apareçam rapidamente e as participações sejam convertidas em bons números.
Por que não expor em feiras?
Colocar-se na vitrine do segmento, em uma feira, é colocar-se também ao lado do concorrente. Por isso, se o momento não for oportuno, se a equipe de suporte não estiver bem preparada e se a estratégia de atração não for efetiva, a participação no evento pode se converter em resultados negativos e prejuízos financeiros.
Exposição
De maneira semelhante às feiras, exposições são eventos, usualmente de grande porte, que reúnem empresas em estandes. Seu objetivo, porém, é exibir conteúdo técnico, seja em forma de obras de arte, protótipos ou equipamentos produtivos.
A venda ocorre de forma indireta, e não é a razão essencial pela qual empresas, pessoas e marcas se fazem presentes.
Por que participar?
Se o negócio da empresa permite criações inovadoras ou produtos capazes de trazer mudanças no modus operandi do segmento, vale a pena participar de exposições e mostrar o quão diferenciado é o trabalho desenvolvido.
Por que não participar?
Se o objetivo for obter resultado financeiro com a participação, exposições não são a melhor escolha. Visitantes desse tipo de evento, em geral, buscam apreciar e colocar-se a par das novidades de cada nicho, não necessariamente convertendo tal apreciação a um negócio.
Simpósio
O objetivo desse encontro é trocar informações com o objetivo de enriquecer o conhecimento sobre determinado assunto. Por essa razão, simpósios são, em geral, associados à temática acadêmica e científica.
Nos simpósios, geralmente não se apresenta um produto pronto (ou uma pesquisa finalizada), mas sim etapas do processo de construção do argumento a ser defendido.
Por que participar?
É pouco usual a participação de empresas nesse tipo de evento, uma vez que ele fala com um público bastante segmentado e, na maioria das vezes, pesquisador do nicho.
Por que não participar?
Por serem eventos bastante limitados em termos de nicho e público-alvo, e por terem um objetivo bastante focado, pode não haver espaço para iniciar potenciais negociações e vendas.
Convenção
As convenções têm como finalidade a união de grupos, empresas e pessoas pertencentes a um mesmo segmento. É comum que os eventos estimulem, por meio de palestras, mesas redondas e dinâmicas o alcance de uma conclusão que beneficie de alguma forma a entidade organizadora.
Por que fazer parte?
Integrar convenções pode ser uma boa maneira de reciclar contatos estratégicos e colocar a empresa no radar do segmento.
Por que não fazer parte?
Como mencionado anteriormente, eventos como esse têm um direcionamento prévio de temática, abordagens e debates. Por isso, se o intuito da empresa é vender seu produto e firmar parcerias, essa talvez não seja a ocasião adequada.
Congresso
Em síntese, congressos são reuniões de pequeno, médio ou grande porte, nos quais são abordadas temáticas referentes a determinados setores. As abordagens ocorrem por meio de palestras, grupos de trabalhos e mesas redondas.
Por que participar?
Empresas que participam de eventos como esse, enquanto expositores, têm a oportunidade de fisgar, dentre os congressistas, alguns contatos interessantes. É preciso, porém, alinhar a característica do evento às expectativas da empresa!
Por que evitar?
O foco dos participantes é a troca de informações e contatos, o que dificulta a popularidade de empresas com estandes, a menos que eles tenham um gancho atrativo forte, como é o caso, por exemplo, da Secretaria de Turismo, que monta seu estande no Congresso de Guias Turísticos.
O que deve ser levado em consideração na escolha de feiras e exposições?
Existem algumas questões importantes a serem avaliadas antes de determinar se um evento é ou não adequado à instituição. Algumas delas serão listadas abaixo:
- público e porte: tanto quanto o público, é importante o dimensionamento prévio do porte do evento. Em geral, tal informação é concedida pela própria organização, mas vale sondar com base em edições anteriores se as expectativas costumam se cumprir;
- participantes: conhecer a concorrência também é um fator determinante na hora de escolher sobre a participação ou não num evento. Ser a única empresa a oferecer determinado serviço numa exposição pode significar uma oportunidade de destaque, mas também pode ser um indicativo de que há uma falta de sincronia entre o evento e a marca.
- orçamento disponível: a participação em qualquer evento demanda investimento, em especial se o objetivo for causar a melhor impressão possível. Para tal, é fundamental que haja uma verba destinada especificamente a essa aplicação.
Empresas que se atentam às particularidades de cada situação aproveitam de forma otimizada as oportunidades que surgem, transformando possibilidades em resultados efetivos.
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